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O que precisa de mudar na alimentação das creches em Portugal

Atualizado: 8 de nov.

Em Portugal, muitas creches e jardins de infância seguem orientações alimentares que já não refletem a evidência científica atual. Persistem práticas desajustadas, como a presença de papas açucaradas, sobremesas industrializadas, fiambre ou alimentos com alto risco de engasgamento.


Este guia explica o que está errado, como corrigir e como construir pratos equilibrados segundo a Roda dos Alimentos da Dieta Mediterrânica e as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS).


O conteúdo é útil para educadores, nutricionistas e famílias que desejam rever e melhorar a alimentação infantil.


Se está a rever as práticas alimentares da sua creche ou jardim de infância, pode também consultar a página sobre alimentação nas creches com recursos úteis.
Livro "Alimentação para Gente de Palmo e Meio"

1. Porque é urgente atualizar as ementas das creches


Os primeiros anos de vida são uma janela crítica para o desenvolvimento do paladar, da autorregulação alimentar e da relação com a comida. Quando uma criança é exposta precocemente a açúcar, alimentos ultraprocessados ou bebidas açucaradas, forma preferências que se mantêm ao longo da vida, aumentando o risco de excesso de peso, cáries e doenças metabólicas.


Além disso, muitos alimentos oferecidos por conveniência (como gelatina, fiambre, rissóis, bolachas e iogurtes açucarados) são nutricionalmente desadequados e não se enquadram numa alimentação equilibrada. Ao longo deste artigo, cada um destes temas será desenvolvido em detalhe, com ligações diretas para documentos oficiais, artigos científicos e recomendações atualizadas.


2. Os principais erros ainda comuns nas ementas


  • Açúcar antes dos 2 anos


Ainda é frequente oferecer às crianças produtos de compra rotulados como “sem açúcar adicionado” ou “adequado para bebés”, quando, na realidade, contêm açúcares livres sob outras designações, como maltodextrina, xarope de glicose, concentrado de sumo de fruta, frutose, mel ou dextrina. Estes ingredientes têm o mesmo efeito metabólico que o açúcar comum e devem ser igualmente evitados nos primeiros anos de vida.


De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não deve haver adição de açúcares em qualquer forma até aos 2 anos de idade, uma vez que:

  • condiciona o paladar da criança para sabores doces;

  • aumenta o risco de cáries precoces;

  • reduz a aceitação natural de frutas e hortícolas;

  • contribui para um consumo excessivo de energia sem valor nutricional.

Recomendação: até aos 2 anos, a única forma de adoçar uma receita deve ser feita através de alimentos naturalmente doces, como fruta madura, puré de maçã ou banana. Ao escolher iogurtes ou papas industrializadas, é essencial ler a lista de ingredientes e confirmar que não contém açúcares sob outros nomes.

🔗 Ver artigo: Tudo sobre papas infantis


Artigos



  • Alimentos ultraprocessados


Alimentos como gelatinas, sobremesas lácteas, cremes de chocolate (por exemplo, Tulicreme ou Nutella), bolachas e rissóis apresentam conveniência no consumo, mas possuem baixo valor nutricional. São caracterizados por um elevado teor de açúcares simples, gorduras saturadas e sal, oferecendo poucos micronutrientes essenciais e fibra, pelo que devem ser consumidos de forma limitada no contexto de uma alimentação equilibrada.


Falando especificamente da gelatina


A gelatina é um alimento amplamente consumido por bebés e crianças, mas apresenta baixo valor nutricional. Um exemplo de uma das marcas mais populares inclui os seguintes ingredientes:


Gelatina tradicional: água, açúcar, gelatina (1,5%), reguladores de acidez (ácido fumárico, citrato trissódico), aromas, corantes (E‑120, E‑160a), antioxidante (ácido ascórbico).


Gelatina 0% açúcar: gelatina (57%), edulcorantes (maltitol, aspartame, acessulfame K), reguladores de acidez, aroma, sumo de cenoura negra concentrado, vitamina C, sal.


Principais pontos:

  • A gelatina convencional é praticamente açúcar com corantes, oferecendo muito poucos nutrientes essenciais.

  • Gelatinas “0%” ou sem açúcar contêm edulcorantes cuja segurança e efeitos a longo prazo em crianças ainda não estão totalmente esclarecidos.

  • A European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition (ESPGHAN) indica que a evidência científica sobre o consumo de edulcorantes na idade pediátrica é limitada, tornando difícil afirmar que são isentos de risco.

  • Crianças têm uma preferência natural pelo sabor doce, e o consumo frequente de alimentos açucarados ou com edulcorantes pode reforçar esta preferência, dificultando a aceitação de sabores mais amargos e variados.


Recomendações práticas:

  • Evitar oferecer gelatina de forma rotineira, especialmente a bebés e crianças em crescimento.

  • Priorizar alimentos naturalmente doces, como fruta fresca ou purés de fruta, e texturas interessantes, para diversificar sabores sem recorrer a açúcares ou edulcorantes adicionados.

  • Quando oferecer gelatina, deve ser ocasional e em pequenas quantidades, como parte de uma alimentação equilibrada.

Alternativas: fruta fresca, iogurte natural sem açúcar, compotas caseiras sem adição de açúcar, bolinhos caseiros com fruta triturada ou legumes (ex.: bolo de cenoura simples).

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  • Fiambre e carnes processadas


O fiambre e outras carnes processadas continuam a ser presença frequente nas ementas infantis, sendo muitas vezes incluídas como fonte de proteína no pequeno-almoço ou nos lanches. No entanto, estes produtos contêm aditivos como nitritos, elevados níveis de sal e conservantes, que, quando consumidos de forma regular, podem ter efeitos prejudiciais à saúde. Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC) classificam o consumo habitual de carnes processadas como um fator de risco para o desenvolvimento de certos tipos de cancro, mesmo quando se trata de carnes de aves.


Para além do potencial efeito carcinogénico, o consumo frequente de fiambre pode contribuir para hábitos alimentares menos saudáveis, incentivando o consumo de produtos ricos em sal e gordura e com baixo valor nutricional. Por estas razões, a sua introdução na alimentação infantil deve ser ocasional e limitada, privilegiando-se fontes de proteína mais naturais e nutritivas, como carnes magras frescas, peixe, ovos e leguminosas.

Alternativas: frango ou peru cozido/desfiado, peixe macio (pescada, salmão, cavala), ovo mexido, paste de leguminosas (lentilhas, feijão, grão) ou queijo.

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  • Alimentos com risco de engasgamento


Alguns alimentos comuns em creches e refeições infantis, como cenoura crua em palitos, uvas inteiras, frutos secos inteiros, salsichas e pipocas, continuam a ser oferecidos em alguns contextos, mas apresentam risco elevado de asfixia para crianças pequenas. Para garantir a segurança alimentar, é fundamental adaptar o tamanho, a textura e a consistência dos alimentos de acordo com a idade e capacidade de mastigação da criança.


Boas práticas de segurança alimentar incluem:


  • Cortar frutas pequenas e redondas, como uvas ou tomates-cereja, longitudinalmente ou em quartos, evitando que permaneçam inteiras e redondas.

  • Cozinhar ou amolecer vegetais duros, como cenouras, batata-doce ou abóbora, de forma a facilitar a mastigação e a deglutição.

  • Reduzir alimentos duros ou resistentes, esmagando-os ou cortando em tiras finas, de modo a minimizar o risco de engasgamento.

  • Evitar frutos secos inteiros e pipocas até pelo menos aos 4–5 anos, pois são frequentes causas de asfixia em idade pré-escolar.

  • Salsichas ou produtos processados similares devem ser totalmente evitados, mas se oferecidos, devem ser cortados longitudinalmente e em tiras pequenas, nunca oferecidos inteiros.

  • Evitar pipoca em crianças menores de 4–5 anos, pois é um dos alimentos com maior risco de asfixia devido ao tamanho pequeno e à textura dura dos grãos. Além disso, pipocas industrializadas frequentemente contêm sal, manteiga ou açúcar, tornando-as nutricionalmente pobres. Mesmo a pipoca caseira, sem aditivos, não é recomendada nesta faixa etária devido ao risco físico de engasgamento.


Estas práticas não só reduzem o risco de asfixia, como também ajudam a criança a desenvolver habilidades de mastigação e deglutição de forma segura, promovendo hábitos alimentares saudáveis desde cedo.

Boas práticas: Cortar uvas e tomates-cereja longitudinalmente; Cozinhar legumes até ficarem macios; Esmagar alimentos duros ou cortar em tiras pequenas; Evitar frutos secos inteiros e pipocas antes dos 4–5 anos.

3. Como deve ser o prato equilibrado na creche


A Roda dos Alimentos Portuguesa é a base das recomendações da DGS e deve orientar a construção de ementas equilibradas. Cada prato principal (almoço e jantar) deve incluir alimentos de todos os grupos, respeitando as proporções da roda.


Guia de alimentação saudável para crianças segundo a Roda dos Alimentos (DGS)


1. Base do prato: cereais e tubérculos


Arroz, massa, batata, pão e leguminosas devem constituir a base energética da refeição, fornecendo hidratos de carbono complexos essenciais para o crescimento e a atividade diária das crianças. Sempre que possível, preferir versões integrais ou mistas, que são ricas em fibra, vitaminas do complexo B e minerais. Evitar molhos com excesso de gordura ou sal, pois podem reduzir o valor nutricional dos alimentos e contribuir para hábitos pouco saudáveis.


2. Fonte de proteína (10–15% do prato)


As proteínas são essenciais para o crescimento, desenvolvimento muscular e funções metabólicas.


Para crianças, as opções recomendadas incluem:

  • Carnes magras: frango, peru, coelho;

  • Peixes: pescada, cavala, salmão, ricos em ácidos gordos ómega‑3;

  • Ovos;

  • Leguminosas: feijão, grão, lentilhas, que fornecem também fibra e micronutrientes.


Evitar carnes processadas (fiambre, salsichas, charcutaria) e alimentos empanados ou fritos industrializados, devido ao elevado teor de sal, gordura saturada e conservantes.


3. Hortícolas (aproximadamente 40% do prato)


Os vegetais devem ocupar quase metade do prato, combinando legumes cozinhados e crus para variedade de cores, texturas e sabores. São a principal fonte de fibra, vitaminas, minerais e fitoquímicos importantes para o desenvolvimento infantil e para o reforço do sistema imunitário. Incluir uma diversidade de vegetais garante uma dieta equilibrada e ajuda a criança a aceitar novos sabores desde cedo.


4. Fruta


A fruta deve ser oferecida no final das refeições principais ou como lanche, de preferência inteira, em pedaços ou cozida, sem adição de açúcar. A fruta é rica em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes, contribuindo para a saúde digestiva e prevenção de doenças crónicas futuras.

Evitar sumos, mesmo naturais, como substituto da fruta inteira, devido ao elevado teor de açúcares livres.


5. Gorduras saudáveis


Utilizar azeite como principal gordura para confecção e tempero. Evitar margarinas, óleos refinados ou alimentos ultraprocessados ricos em gordura trans. As gorduras saudáveis são fundamentais para o desenvolvimento cerebral e absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).


6. Leite e derivados


Preferir leite simples e iogurtes naturais sem açúcar, fontes de cálcio, fósforo e proteínas de alto valor biológico. Evitar iogurtes aromatizados, com aromas artificiais ou com pedaços de fruta açucarados, que aumentam a ingestão de açúcares adicionados sem trazer benefícios nutricionais relevantes.


7. Água: a bebida essencial


A água deve ser a única bebida oferecida livremente às crianças ao longo do dia. É fundamental incentivar o seu consumo desde cedo, oferecendo copos adequados à idade e evitando o uso prolongado de biberões. A ingestão de sumos, mesmo naturais, deve ser limitada devido à quantidade de açúcares que contêm, que não substituem a fruta inteira.


Grupo alimentar

Porção / proporção

Recomendações

Cereais e tubérculos

Base do prato

Arroz, massa, batata, pão, leguminosas; preferir integrais; evitar molhos gordurosos e excesso de sal

Proteínas (10–15%)

Pequena porção (palma da mão da criança)

Carnes magras, peixe, ovos, leguminosas; evitar processados e fritos

Hortícolas (≈40%)

Quase metade do prato

Mistura de crus e cozinhados, cores variadas

Fruta

2-3 porções/dia

Inteira ou cozida, sem açúcar (com corte e textura segura); evitar sumos/saqeutas de fruta como substituto

Gorduras saudáveis

1 colher de sopa

Principalmente azeite; evitar margarinas e óleos refinados

Leite e derivados

Máximo 450ml por dia

Leite e iogurte naturais sem açúcar

Água

Livre

Única bebida oferecida ao longo do dia; incentivar copos acessíveis

5. O que é o metilmercúrio e qual a sua relação com o peixe?


O metilmercúrio é um metal pesado que se acumula nos peixes, sobretudo nos de maior porte e vida longa. Em excesso, pode afetar o desenvolvimento neurológico, especialmente em bebés e crianças. Esse fenómeno está associado ao aumento da poluição nos oceanos, rios e lagos, que introduz metais pesados na cadeia alimentar aquática. Mesmo em Portugal, análises recentes confirmaram a presença de níveis preocupantes de mercúrio em algumas espécies capturadas nas nossas águas.


Durante a gravidez, o mercúrio presente no organismo da mãe pode atravessar a placenta e afetar o feto e após o nascimento, pequenas quantidades podem também ser transferidas pelo leite materno. Por isso, grávidas, lactantes e crianças pequenas (até aos 10 anos!) são considerados grupos de risco e devem seguir orientações específicas para reduzir a exposição.


Peixes seguros (consumo moderado até 3–4 vezes/semana)


Felizmente, há muitos peixes com teores muito baixos de mercúrio, que podem ser oferecidos com tranquilidade a bebés e crianças. Contudo, mesmo em espécies seguras, as novas recomendações apontam para que o consumo se mantenha a cerca de 2 a 3 vezes por semana, podendo ir até 3–4 refeições semanais.


Abaixo listamos alguns exemplos de peixes considerados seguros para consumo frequente:


  • Abrótea

  • Bacalhau

  • Cantarilho

  • Carapau

  • Cavala

  • Chicharro

  • Choco

  • Corvina

  • DouradaFaneca

  • Garoupa 

  • Linguado

  • Lula

  • Perca

  • Pescada

  • Polvo

  • Pota

  • Pregado

  • Raia

  • Redfish

  • Robalo

  • Rodovalho

  • Salmão

    • Preferir:

      • Salmão de viveiro (cultivado) – especialmente de regiões controladas (ex. Noruega, Escócia, UE).

      • Salmão selvagem (ex: do Atlântico Norte, Alasca ou Pacífico).


    • Evitar

      • Salmão selvagem do Báltico

  • Salmonete

  • Sarda

  • Sardinha

  • Sargo

  • Solha

  • Tamboril

  • Truta 

  • Atum em conserva


Dica: Uma boa regra é que peixes menores, que vivem menos tempo, tendem a ser mais seguros. Por exemplo, sardinha e cavala são “opções a privilegiar”. Já peixes de grande porte, devem ser consumidos com menos frequência ou evitados, conforme veremos a seguir. E claro, ofereça o peixe da forma adequada à idade (sem espinhas, e bem cozinhado)


Espécies de peixes a evitar


Devem ser evitados até na idade adulta em altas quantidades, e estão proibidos para crianças, grávidas e lactantes.


  • Tubarões: Inclui cação, tintureira e outros tubarões – todos possuem níveis elevados de mercúrio e devem ser excluídos da dieta.


  • Peixe-espada e Espadarte: Embora os nomes sejam parecidos, referem-se a espécies diferentes – o peixe-espada preto (muito consumido na Madeira) e o espadarte têm ambos elevada contaminação por mercúrio.


  • Atuns de grande porte (frescos): Atum voador/albacora (Thunnus alalunga), atum patudo (Thunnus obesus) e atum rabilho (Thunnus thynnus, o atum azul) estão entre os peixes com maiores teores de mercúrio.


  • Maruca


  • Pata roxa


Artigos


  • Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV, Portugal). (2023). Recomendações para o consumo de pescado pela população portuguesa. [Consultado em 21 de junho de 2025]. Disponível em: https://www.dgav.pt/ 


  • Carvalho C, Correia D, Severo M, Afonso C, Bandarra N.M., Gonçalves S., Lourenço H.M., Dias M.G., Oliveira L., Nabais P., Carmona P., Monteiro S., Borges M., Lopes C., Torres D. (2022). Quantitative risk-benefit assessment of Portuguese fish and other seafood species consumption scenarios. British Journal of Nutrition, 128(10), 1997–2010. https://doi.org/10.1017/S0007114521004773


  • Rodrigues E.T., Coelho J.P., Pereira E., Pardal M.A. (2023). Are mercury levels in fishery products appropriate to ensure low risk to high fish-consumption populations? Marine Pollution Bulletin, 186, 114464. https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2022.114464


  • Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, Portugal). (Consultas contínuas). Publicações e Notícias sobre Segurança Alimentar e Contaminantes. [Consultado em 21 de junho de 2025]. Disponível em: https://www.insa.min-saude.pt/


  • European Food Safety Authority (EFSA). (Pareceres científicos diversos). Avaliações sobre a presença de mercúrio em alimentos e o consumo de peixe. [Consultado em 21 de junho de 2025]. Disponível em: https://www.efsa.europa.eu/en 


  • Food and Drug Administration (FDA) & Environmental Protection Agency (EPA, EUA). (2021). Advice About Eating Fish. [Consultado em 21 de junho de 2025]. Disponível em: https://www.epa.gov/fish-advisories/advice-about-eating-fish-and-shellfish.



5. Organização das ementas ao longo da semana


A organização semanal das ementas deve refletir variedade, equilíbrio e respeito pela sazonalidade. Sempre que possível, devem ser privilegiados alimentos frescos e da época, que são mais ricos em nutrientes e sabor, além de mais sustentáveis.


É importante alternar entre fontes de proteína animal e vegetal, garantindo diversidade nutricional: incluir peixe 2 a 3 vezes por semana, carne magra em moderação, ovos, e pratos de base vegetal com leguminosas (como feijão, grão ou lentilhas).


A fruta deve ser variada ao longo da semana, explorando diferentes cores e texturas, para estimular a curiosidade alimentar e o contacto com novos sabores desde cedo.

Refeição

Exemplos práticos

Pequeno-almoço

Leite ou iogurte natural + pão com azeite ou queijo fresco + fruta. Evitar fiambre e cremes de chocolate.

Lanche da manhã

Fruta fresca + água.

Almoço

Prato com leguminosas, hortícolas e proteína variada (por exemplo: peixe 2x/semana, carne 2x/semana, leguminosas 1–2x/semana). Fruta e água.

Lanche da tarde

Pão com ovo, frango desfiado ou pasta de leguminosas + fruta.

Sobremesa

Fruta fresca. Evitar sobremesas doces ou gelatinas.

6. Respeito pelo apetite e ambiente alimentar positivo


E por fim, e não menos improtante, o respeito pelo apetite da criança é essencial para o desenvolvimento de uma relação saudável com a comida.


Cada criança nasce com mecanismos naturais de fome e saciedade que devem ser preservados, como o forçar a comer, insistir ou recompensar com sobremesas pode perturbar esses sinais e aumentar o risco de rejeição alimentar ou de excesso de peso no futuro.


Nas creches e escolas, é fundamental criar um ambiente calmo, positivo e sem pressa, onde as crianças se sintam seguras para explorar novos alimentos, comer segundo o seu apetite e participar nas refeições de forma autónoma.


A refeição deve ser um momento de prazer, aprendizagem e socialização, não de pressão.


Sobre mim


Sou a Ana Rita Sousa, nutricionista e autora do projeto “Gente de Palmo e Meio”, dedicado à promoção de uma alimentação saudável e equilibrada na infância. Trabalho com creches e escolas no desenvolvimento e atualização de ementas alinhadas com as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Disponibilizo dois tipos de serviços:

  • Criação de ementas de raiz, totalmente adaptadas à idade das crianças, contexto e recursos da instituição;

  • Avaliação e correção de ementas já existentes, com relatório técnico e sugestões de melhoria.


Para mais informações ou pedido de orçamento: anaritasousa.nutricionista@gmail.com


Livro "Alimentação para Gente de Palmo e Meio"

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